ESCOLA NÃO É REFORMATÓRIO

O texto Maquinaria Escolar nos mostra o outro lado das instituições de ensino, os interesses religiosos , políticos e como se deu a formação dos educadores e educandos, como surgiu a infância, como foi esse processo ao longo dos anos. Durante a leitura do livro Maquinaria Escolar pude perceber como a igreja interferia na vida dos fieis, intimidava-os através da fé. Os moralistas elaboravam programas educativos destinados aos jovens, formando um novo contexto missionário, a elite e a igreja estavam sempre a frente de tudo. Aos poucos vai surgindo a infância, uma infância diferente, a dos nobres, uma infância de qualidade e a dos pobres, uma infância voltada em ajudar a família, nos afazeres da casa. A Elite para frequentar a escola era proibido o trabalho nos primeiros anos. A educação era fundamental aos príncipes e herdeiros que seriam os futuros lideres da nação e os filhos de pobres eram alvos da caridade cristã, sendo ensinados e doutrinados na fé cristã, tornando-se bons trabalhadores e submissos a seus patrões. Assim sendo as diferentes infâncias são as classes sociais. Segundo ARIES, a criança em séculos anteriores era um individuo que integrava a comunidade de forma participativa. A Escola como instituição é um local de transmissão de conhecimento e saberes, enfrentou outras maneiras de socialização e aprendizagens existentes e neste processo surge gradativamente a desvalorização do poder político. A aprendizagem e a formação começaram a se distanciar. O estatuto da infância vai surgindo como as primeiras ideias sobre como tratar as crianças e jovens, seu direitos como seres pensantes integrantes de uma sociedade e de que maneira era passado esse conhecimento de vida. A partir do momento que surge os colégios, internatos, albergues dentre outros, surge nestes espaços o enclausuramento, dito como quarentena física e moral. Era nestes espaços que as crianças e jovens eram vigiados e doutrinados para serem bons e desenvolverem habilidades que determinavam suas profissões. A igreja tinha o poder máximo, influenciava muito nas instituições de ensino. Os moralistas e homens da igreja do Renascimento tinham como objetivo se possível aumentar o prestigio e o poder da igreja. O que me causou um grande impacto foi o relato dos castigos impostos nas crianças e jovens, tanto por parte dos pais em casa, como pela igreja, essas punições eram feitas para se tornarem homens do bem. As escolas eram divididas em primaria e segundaria. Meninos e meninas, pobres se vestem da mesma forma. Ariès nos ajuda a entender como se deu historicamente o estatuto da criança, relaciona com as classes sociais, as emergências da família moderna, e uma série de atividade educativas nas escolas. Em suma a leitura realizada na obra de Ariès(1978), ajudou a buscar no passado explicações para entender o presente.